Os adolescentes estão a desistir dos Blogs?

De acordo com o Pew Internet & American Life Project, os adolescentes estão a perder o interesse na utilização dos Blogs. Baseados neste estudo, a BBC sugere que os adolescentes estão mais interessados em  formas de escrita mais curtas, como os SMS. 
No entanto, o psicólogo especializado na Internet, Graham Jones, afirma que existem algumas inconsistências neste estudo que não são óbvias à primeira vista: Por exemplo, segundo este psicólogo, existem estudos que revelam que os jovens não estão a aderir em massa ao Twitter; isto é contraditório com a afirmação de que os jovens querem utilizar formas de socialização "curtas" como os sms. Se assim fosse, o twitter estaria repleto - e não está.
Outra inconsistência é o facto do estudo mostrar que a proporção de adolescentes que utilizam os blogs ter caído de 24% para 15%. Ao mesmo tempo, os investigadores dizem que os utilizadores acima dos 30 anos aumentaram a utilização de blogs de 7 para 11%. Se olharmos para a ficha técnica do estudo, facilmente reparamos que existe uma margem de erro de 4%, o que significa que a utilização de blogs pelos adolescentes pode ter ficado praticamente na mesma, de 20 para 19% enquanto que na faixa etária acima dos 30 anos pode até ter descido!
Na verdade, e como sempre acontece, os títulos das notícias por si só dão-nos muitas vezes informação incorrecta (ou errada, se preferirem... :))
O facto de uma pessoa afirmar que não utiliza os blogs pode significar simplesmente que não tem um blog. Mas pode escrever no Facebook, no myspace ou noutras plataformas - e que no fundo, são blogs. "bloggar" não implica ter uma página no blogger ou no wordpress. E com isto conclui-se também  que a forma como as perguntas são feitas têm implicações directas nas respostas que se obtêm.

É verdade que os investigadores têm o cuidado de deixar claras as limitações do estudo e divulgar todos os pormenores do mesmo e de como os resultados foram obtidos; a questão passa por transformar estes resultados que podem não ser assim tão precisos num título de notícia que, por si só, induz em erro. E este título pode até levar as pessoas a "rejeitarem" os blogs logo à partida.
O estudo mostra que "bloggar" está a perder popularidade, mas esqueceu-se de dizer que publicar  e escrever online está mais popular do que nunca; não se faz "blogging", faz-se "Facebooking".

Estatísticas de utilização de Redes Sociais

Durante o mês de Janeiro de 2009, foram estes os visitantes destes sites:

Relativamente ao tempo que as pessoas passam num determinado site, verifica-se que o myspace está a perder terreno para o facebook ou twitter, que mantêm  os seus utilizadores online de uma forma constante


Pelo quadro abaixo, verifica-se que, entre  2007 e 2008, o sector que mais cresceu (de 61% para quase 67%) foi o sector das redes sociais


Ao contrário do que muitas empresas pensam - e esta é uma das razões pela qual muitas falham a tentativa de utilização das redes sociais - as redes sociais não são utilizadas maioritariamente por adolescentes. Por exemplo, mais de metade dos utilizadores do Facebook têm mais de 26 anos!

Dados recolhidos de:
  • insidefacebook.com
  • www.emarketer.com
  • compete.com

Redes sociais podem causar crise de identidade

Não partilhando totalmente desta análise, penso que é importante pelo menos pensar nela... O psicanalista Himanshu Tyagi sugeriu, durante o encontro anual do Royal College of Psychiatrists, uma das principais associações de psiquiatras do Reino Unido e da Irlanda, que a geração de utilizadores da Internet nascida depois de 1990 - década da popularização da rede - pode estar a crescer com uma visão perigosa a respeito do mundo e da sua própria identidade, sendo a principal causa deste problema o facto de que os nascidos nesta época já cresceram num mundo dominado pela navegação na Internet e pelos sites de relacionamento como o Facebook, Orkut ou MySpace.

"É um mundo onde tudo se move depressa e muda o tempo todo, onde as relações são rapidamente descartadas pelo clique do rato, onde se pode apagar o perfil que não se gosta e trocá-lo por uma identidade mais aceitável num piscar dos olhos".

O psiquiatra destaca ainda que as pessoas que se acostumam com o ritmo rápido dos sites de relacionamento podem achar a vida real "chata e pouco estimulante", o que poderia causar problemas de comportamento.

"É possível que os jovens que não conhecem o mundo sem as sociedades virtuais dêem menos valor às suas identidades reais e, por isso, podem estar em risco na sua vida real, talvez mais vulneráveis ao comportamento impulsivo ou até mesmo o suicídio"

Estas afirmações foram prontamente contestadas por outros especialistas na área que consideram que, apesar de a frequência exagerada de sites de relacionamento poderem levar a problemas de comportamento, os riscos enumerados por Tyagi são exagerados.

Eu por cá, acho que vale a pena pensar nisso...


Definições

Numa actividade que decorreu ao longo de toda a Unidade, foi-nos solicitado que construíssemos um glossário com algumas definições de termos relacionados com a tecnologia.
Aqui ficam as minhas definições...

Blogs

Um blog (contração do termo "Web log"), também chamado de blogue em Portugal, é um site cuja estrutura permite a actualização rápida a partir da inserção dos chamados artigos, ou "posts". Os blogs são, geralmente, organizados de forma cronológica inversa, tendo como foco a temática proposta do blog, podendo ser escritos por um número variável de pessoas, de acordo com a política do blog definida pelo seu criador.
Muitos blogs fornecem comentários ou notícias sobre um assunto em particular; outros funcionam mais como diários online. Um blog típico combina texto, imagens e links para outros blogs, páginas da web e médias relacionadas com o seu tema. A capacidade dos leitores deixarem comentários de forma a interagir com o autor e outros leitores é uma parte importante de muitos blogs.
Alguns sistemas de criação e edição de blogs são muito atractivos pelas facilidades que oferecem, disponibilizando ferramentas próprias que dispensam o conhecimento de HTML.
Os blogs começaram como um diário online e, hoje, são ferramentas indispensáveis como fonte de informação e entretenimento.
A linguagem utilizada pelos bloguista foge da rigidez da praticada nos meios de comunicação e deixa o leitor mais próximo do assunto, além da possibilidade do diálogo entre comunicador e audiência.
Muitos sites oferecem gratuitamente serviço de alojamento de blogs com ferramentas que ajudam na configuração da página na web.

Medias Sociais

Este vídeo descreve de forma deliciosa o que são os Media Sociais. Achei simplesmente fantástico!

Actividade 2 - Identidade Social na Adolescência - Reflexão

A leitura dos textos desta actividade foi também proveitosa, ainda que menos que na actividade anterior. Penso que a razão para tal tenha sido a minha própria gestão de tempo que não foi a melhor... Entre compromissos pessoais, profissionais e as outras Unidades Curriculares, a reflexão deste tema foi feita mais à pressa... No entanto, penso que foi também uma introdução importante à questão da construção da identidade na adolescência, que também levanta várias questões pertinentes e algumas delas polémicas, até: parece ser consensual que a tecnologia tem um papel preponderante na construção da identidade dos jovens, mas será que estamos a ir no caminho certo?

Actividade 2 - Identidade Social na Adolescência

Esta actividade teve como objectivo identificar as características e discutir o processo de construção de identidade na adolescência. Foi solicitada a leitura e síntese dos textos:
  • Huffaker, D.; Calvert, S. (2008). Gender, Identity and Language Use in Teenage Blogs. In Journal of Computater-Mediated Comunication, 10 (2), article 1.
  • Schmitt, K.; Dayanim, S.; & Matthias, S. (2008). Personal Homepage Construction as an Expression of Social Development. In Development Psychology, 44 (2), 496-506.
 Posteriormente foram discutidas algumas reflexões relativamente aos mesmos.

Mais importante do que analisar particularmente cada uma das hipóteses colocadas pelos autores do estudo e as suas confirmações individuais, é analisar o que significam essas confirmações - ou não - como um todo.

Achei curioso o facto de algumas das hipóteses do estudo de "Huffaker, D.; Calvert, S. (2008). Gender, Identity and Language Use in Teenage Blogs. In Journal of Computater-Mediated Comunication, 10 (2), article 1" não terem sido comprovadas, ao contrário do que seria de esperar.
É verdade que existem diferenças de género no que toca a aspectos como o tipo de linguagem, a predisposição para a partilha de dados pessoais, demonstração de emoções/afectos, entre outros. O facto de ter sido demonstrado que, em muitas situações, não existem diferenças de género no modo de actuação dos jovens, leva-me a pensar que de facto a Internet (enfim, a tecnologia de uma maneira geral) está a moldar a identidade dos jovens.
Tanto assim é que, enquanto "antigamente" essa construção de identidade era baseada nas experiências vividas presencialmente, onde se fazia clara distinção entre rapaz e rapariga, hoje essa construção é feita em grande parte online, onde existe um esbatimento do conceito que separa o rapaz da rapariga e vice-versa. Se antes um diário era para meninas e se fosse um rapaz era um "mariquinhas" (perdoem-me o termo), hoje um blog é para todos e é uma extensão da vida real, muitas vezes um parceiro de desabafos, outras um meio para passar mensagens, sejam elas de amor a uma nova namorada ou ódio a uma amiga que roubou o namorado.
De facto, como a Anabela escreveu no final "A construção da identidade dos adolescentes faz-se com a interacção com os outros e as novas tecnologias veio aumentar essa interacção".
Só que essa interacção está a acontecer de forma não presencial e quase exclusivamente com outros adolescentes, pelo que as experiências únicas de interacção com pessoas de outras classes etárias, e as experiências, também únicas, da interacção presencial, estão-se a perder.
Poderemos certamente encontrar aspectos positivos nesta "mutação construcional", mas também se encontrarão muitos negativos.
Parece-me que é mesmo necessário encontrar equilíbrio entre o real e o virtual, como disse a Anabela e muito bem!

Actividade 1 - Perfil do estudante digital - reflexão

Iniciei esta actividade com a leitura do pequeno texto de Mark Prensky (2001) Digital natives, digital immigrants. In On The Horizon (Vol9, nº 5). NCB University Press.
Esta leitura foi o primeiro momento marcante no meu ainda curto percurso neste mestrado. É um texto simples que introduz dois conceitos fundamentais para a compreensão das alterações cognitivas que a nova geração está a sofrer, e as consequentes alterações sociais que daí advêm. No fundo, a genialidade deste texto não está tanto nas ideias apresentadas mas sim na sua simplicidade. É daquelas coisas simples que toda a gente sabe, mas ainda ninguém tinha pensado nisso. Pessoalmente, fez-me por a mão na consciência e tentar ser um pouco menos crítico em relação aos jovens e à sua atitude perante a escola: é que, provavelmente, a culpa pelo desinteresse, não é deles; a culpa afinal não é de ninguém, simplesmente as suas estruturas mentais foram alteradas, foram treinadas para aprender de outra forma. O que é preciso agora é perceber como é que essa aprendizagem é feita e como se pode alterar o ensino para corresponder a estas novas "estruturas mentais"...
A importância desta actividade como sendo a primeira é para mim fulcral: activa uma série de "sensores" no meu cérebro que me colocam alerta para o que vem a seguir e para a sua importância na compreensão da construção da identidade dos jovens adolescentes.
Nesta actividade as dificuldades não foram muitas: ainda estava o mestrado no início, a velocidade de trabalho nas várias UC's ainda era de cruzeiro, e por isso a gestão de tempo foi relativamente fácil. Penso que também o grupo com que trabalhei favoreceu bastante o desenvolvimento do trabalho pela qualidade e objectividade da participação dos vários elementos.

Nativos Digitais em banda desenhada...

Deixo aqui alguns cartoons que, de uma forma cómica, ilustram não só os jovens nativos digitais mas toda uma sociedade que está à mercê (no bom sentido!) das novas tecnologias.

Actividade 1 - Perfil do Estudante Digital - Comentário

Depois de todos os grupos terem apresentado os seus trabalhos, a professora colocou duas questões:
  1. Sabendo nós da inevitável alteração do perfil das crianças/jovens enquanto estudantes/cidadãos, que desafios se colocam a quem tem a tarefa de os instruir/formar?
  2. Estarão melhor preparados para o futuro, do que as gerações que se encontram activas profissionalmente, mas que não nasceram no contexto tecnológico que se assiste nos dias de hoje? Se sim, em que aspectos?

Relativamente à primeira questão, penso que o primeiro desafio e obstáculo que se coloca aos professores/formadores/etc. é precisamente compreender a forma como os jovens aprendem hoje em dia. E para isso é necessário também compreender que as estruturas mentais deles são diferentes, que novas sinapses foram criadas em consequência de diferentes experiências vividas desde o nascimento. Não é possível existir esta compreensão se não nos envolvermos também com estas novas formas de socialização e aprendizagem, se não nos deixarmos emergir nesta nova realidade virtual. Penso que enquanto nos queixarmos que os jovens não se concentram, não trabalham, não estudam, não isto e não aquilo, ao invés de tentarmos perceber porque é que isso acontece - ainda que depois cheguemos à conclusão de que tínhamos razão - não é possível adequarmos métodos de ensino a novas formas de aprendizagem.

Quanto à segunda questão, acho que a resposta está dependente da própria evolução da sociedade. Dito de outra forma, não sabemos como vai ser o futuro. Não sabemos se a sociedade vai, tão cedo, adaptar-se às novas realidades, a estes novos perfis. Fala-se que os Nativos possuem a característica do "multitasking", fazem muita coisa ao mesmo tempo. E quem é o responsável de uma empresa que deixa um seu empregado estar a trabalhar e ao mesmo tempo estar Messenger ou na internet? Muitas empresas até restringem o acesso à internet para que os seus funcionários se concentrem numa só actividade... É que não se pode aprender de uma nova forma e depois ir para o mercado de trabalho e ver-se obrigado a funcionar da "outra" forma, à "antiga". Não é só a escola e os professores que têm que mudar, também a sociedade necessitará de o fazer.

Tal como já alguém aqui disse, muitos de nós aprenderam matérias que hoje são pré-históricas e que naquele tempo se julgavam importantíssimas. Se calhar até eram, indirectamente... ou não... quem sabe?

deixo ainda uma outra questão: é possível alterar os métodos de ensino sem alterar coisas fundamentais e basilares do sistema de educação, como por exemplo, os programas das disciplinas? Não terá também o próprio Governo (este ou outro qualquer) que ser o primeiro a perceber as mudanças? e bastará entregar Magalhães e colocar quadros interactivos nas salas de aula?

Actividade 1 - Perfil do Estudante Digital

Esta actividade teve como objectivo identificar e discutir as características atribuídas ao estudante digital.
Foram constituídos os grupos de trabalho que tiveram como objectivo a leitura, análise e posterior resumo em Powerpoint dos textos Mark Prensky:
  • Prensky, M. (2004) The Emerging Online Life of the Digital Native: What they do differently because of technology and how they do it. 1-14.
  • Prensky, M. (2001) Digital natives, digital immigrants. In On The Horizon (Vol9, nº 5). NCB University Press.
O trabalho final do grupo constituído por mim, Anabela Isidoro, João Alves e António Costa foi esta apresentação: