Depois de todos os grupos terem apresentado os seus trabalhos, a professora colocou duas questões:
- Sabendo nós da inevitável alteração do perfil das crianças/jovens enquanto estudantes/cidadãos, que desafios se colocam a quem tem a tarefa de os instruir/formar?
- Estarão melhor preparados para o futuro, do que as gerações que se encontram activas profissionalmente, mas que não nasceram no contexto tecnológico que se assiste nos dias de hoje? Se sim, em que aspectos?
Relativamente à primeira questão, penso que o primeiro desafio e obstáculo que se coloca aos professores/formadores/etc. é precisamente compreender a forma como os jovens aprendem hoje em dia. E para isso é necessário também compreender que as estruturas mentais deles são diferentes, que novas sinapses foram criadas em consequência de diferentes experiências vividas desde o nascimento. Não é possível existir esta compreensão se não nos envolvermos também com estas novas formas de socialização e aprendizagem, se não nos deixarmos emergir nesta nova realidade virtual. Penso que enquanto nos queixarmos que os jovens não se concentram, não trabalham, não estudam, não isto e não aquilo, ao invés de tentarmos perceber porque é que isso acontece - ainda que depois cheguemos à conclusão de que tínhamos razão - não é possível adequarmos métodos de ensino a novas formas de aprendizagem.
Quanto à segunda questão, acho que a resposta está dependente da própria evolução da sociedade. Dito de outra forma, não sabemos como vai ser o futuro. Não sabemos se a sociedade vai, tão cedo, adaptar-se às novas realidades, a estes novos perfis. Fala-se que os Nativos possuem a característica do "multitasking", fazem muita coisa ao mesmo tempo. E quem é o responsável de uma empresa que deixa um seu empregado estar a trabalhar e ao mesmo tempo estar Messenger ou na internet? Muitas empresas até restringem o acesso à internet para que os seus funcionários se concentrem numa só actividade... É que não se pode aprender de uma nova forma e depois ir para o mercado de trabalho e ver-se obrigado a funcionar da "outra" forma, à "antiga". Não é só a escola e os professores que têm que mudar, também a sociedade necessitará de o fazer.
Tal como já alguém aqui disse, muitos de nós aprenderam matérias que hoje são pré-históricas e que naquele tempo se julgavam importantíssimas. Se calhar até eram, indirectamente... ou não... quem sabe?
deixo ainda uma outra questão: é possível alterar os métodos de ensino sem alterar coisas fundamentais e basilares do sistema de educação, como por exemplo, os programas das disciplinas? Não terá também o próprio Governo (este ou outro qualquer) que ser o primeiro a perceber as mudanças? e bastará entregar Magalhães e colocar quadros interactivos nas salas de aula?
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